25 outubro, 2006

Além do bem e do mal

Com esse titulo alguém ai lembrou do livro do Nietzche? Se você não conhece esse candango de nome estranho (que eu nunca consigo escrever sem olhar a capa do livro) não tem muita importância. Hoje iremos filosofar um pouco sobre onde acaba o bem e começa o mal e se existe um ponto comum entre os dois.

O mal, segundo o dicionário é aquilo que prejudica, é nocivo, causa dano. Para existir o mal precisa de alguém que o faça. E na maioria das vezes, a explicação para telo feito é se beneficiar e até beneficiar terceiros com as conseqüências do mal praticado. Seria então tolerável a pratica do mal? Imagine então uma situação em que algo maléfico é feito no qual uma pessoa é prejudica, mas dez pessoas são beneficiadas por tal ato. Analisando esta situação sobre o ponto de vista da democracia tal situação deve ser classificada como boa ou má?

Mal e bem são forças tão grandiosas em um mundo pequeno demais para eles que na maior parte elas ocupam o mesmo espaço. Isso quer dizer que na maioria das ações existe o bem o mal juntos. Claro que as proporções são diferentes. Às vezes mais de um, outras vezes mais de outro. Poucas são as situações de todo bem ou todo mal.

Lembro-me da tradicional cena do diabinho e do anjinho, um em cada ombro da pessoa tentando convence-lo de que sua ideologia é a melhor. Visualizei esta situação ocorrendo com o findado Roberto Marinho. Para ele ter feito o que fez chego à conclusão de que o diabo é realmente tentador.

Se existe uma solução eficiente para evitar a escolha do mal eu não sei. Uma sugestão que tenho é a valorização da relação humana em sociedade onde todos devem sem preocupar com o bem estar de todos. Trabalho que hoje é feito na educação infantil, mas com o avançar da vida escolar vai trabalho perdendo cada vez mais espaço e por conseqüência a criança perdendo a noção da importância de se preocupar também com quem vive a sua volta. A conseqüência da falta de um projeto de educação como esse é uma sociedade cada vez mais individualista onde o diabinho fala no ouvido de cada um a solução para todos os problemas parece ser a melhor escolha. Solução que pouco se importa se for necessário passar por cima de alguém para conseguir o almejado.

Alguém ai se recorda de um candidato à presidência que dizia que para começar a resolver os problemas do Brasil era necessário uma “revolução na educação”? Infelizmente ele e seu belo projeto foram apenas motivos de piada e ficarão de fora da historia do país.

A educação do ser humano é a única solução para que o bem predomine sobre o mal. Não adianta agora lamentar o porquê de não termos trabalhado isso ao longo de tanto tempo. Os Roberto Marinho do mundo estão por ai e o estrago já esta feito. Resta começar a trabalhar para que os novos homens de poder tenham consciência de que o mundo a eles não pertence e passe a dar mais ouvidos ao anjinho.

E o passado? Esse ficará apenas nos livros de historia como uma era das trevas onde a estupidez humana foi elevada ao máximo, fruto de uma ideologia individualista e uma não sociedade que na verdade eram apenas pessoas soltas pelo mundo onde cada um se preocupava apenas com si próprio e o resto apenas fazia parte do cenário da sua vida.

João Gabriel H. Pinheiro