12 outubro, 2006

É duro ser certinho

Vou logo avisando para os que acham que esse será um texto de um bom samaritano inconformado com os rumos do Brasil e do mundo que quem vai escrever é um sujeito de hábitos que não são nem um pouco saudáveis e que pratica atividades que colocam freqüentemente sua vida em risco. Mas é um sujeito feliz e no dia em que deixar de ser vai procurar outro estilo de vida que lhe traga novamente a felicidade.

Analisando o mundo a sua volta este sujeito que aqui escreve percebeu que a maioria das pessoas que o cercam nesse seu pequeno mundinho possui um estilo de vida similar ao seu. Estilo de vida esse, segundo os sociólogos e bacharéis em ciências humanas é classificado como perigoso.

Mas o objetivo desse texto não é chegar a uma conclusão sobre o que leva os indivíduos a preferir levar uma vida perigosa a uma sossegada e tranqüila, e sim analisar o que passa na cabeça dos bons samaritanos do mundo, que são a minoria, ao ver esse mundo perdido que os cerca.

Triste deve ser a vida deles. Imagine a dificuldade que deve ser encontrar uma companhia para um programa “careta”. E pior, ouvir muitos o criticarem pelo estilo de vida que leva, dizendo que ele não sabe aproveitar as coisas boas da vida, que vai se tornar um velho sem historias pra contar para os netos. Ai ele pensa com si próprio: “Bom, pelo ou menos vou ficar velho”.

Os bons samaritanos desse mundo são uma minoria (bem minoria mesmo). Sua existência é desprezada pela grande massa de preferiu viver de forma perigosa. E assim, eles vão vivendo sua vidinha de comportamento impecável de forma obscura, cada um no seu canto do mundo, apenas vivendo e refletindo sobre a perdição que os cerca.

Minha sugestão é que estes “homens puros” procurem seus semelhantes e se unam para compartilhar idéias que ali sim serão bem aceitas por todos. Todos juntos poderão participar de programas caretas e ai então poderão sentir uma coisa boa, mas que é aproveitada de forma muito melhor por aqueles que levam a vida de forma perigosa: o prazer de ter amigos e estar sempre perto deles fazendo atividades que nos façam rir, chorar, se emocionar e sentir todas as sensações do mundo. Cada um sendo feliz ao seu jeito e o futuro, bom o futuro nos resta apenas esperar que um dia ele vai chegar e ai veremos o que nos acontece.

Bons samaritanos do mundo: uni-vos!

João Gabriel H. Pinheiro.