19 abril, 2007

Eles só querem um pouco de terra

Há alguns anos atrás eu com a minha própria ignorância – ou por acreditar cegamente na mídia – via esse grupo como vagabundos e pessoas desocupadas que invadiam propriedades alheias para quebrar, roubar e se apoderar das mesmas. Um dia parei para refletir sobre o MST: pesquisei, me informei, procurando uma resposta para o por quê deles fazerem tantos alardes. O que querem? Por que se chamava movimento dos sem terra?

A história da luta pela terra sempre existiu. Ela vem desde os tempos feudais. No Brasil, a luta pela terra começou com a chegada dos portugueses e, com isso, a concentração fundiária. Por conta disso aconteceram diversas formas de resistência como os quilombos, canudos, as ligas camponesas etc. E assim, até chegar em nossos dias atuais. O MST descende dessas lutas que agora são concentradas em um único nome. O tipo de organização do MST atual começou com o fim da ditadura e com a volta das organizações políticas e sócias. Ela vem paralelamente com a luta da esquerda e o movimento pastoral da igreja católica. Por esse motivo o MST não é visto hoje somente como um grupo que reivindica a terra, mas também uma sociedade mais justa.
Na luta pela terra existe muita dor e sofrimento. Existe também muita esperança e alegria. Alegria de quem já sente o brotar do novo, forjando com muita luta e teimosa resistência. Esperança de ir forjando um projeto popular nesta terra chamada Brasil. Existe também muita fome e muita seda. Fome de pão e de terra partilhada, diz o sem terra. Sede de olhar o verdor da roça na terra conquistada e de ajudar muito sem terra a ser movimento.”

retirado do livro “Somos sem terra”, editora ANCA

A mídia, muitas vezes, só mostra um lado da moeda e condena os atos do MST. Não falam de seus sonhos, suas esperanças por um Brasil melhor ou como vivem suas famílias, suas crianças. Para aqueles que desconhecem o MST fica a questão: eles só querem dinheiro? Fazer uma revolução contra o capitalismo? Não. Só querem um pouco de terra para plantar e para suas próprias subsistências. Querem poder cuidar de suas famílias, colher o café da manhã e plantar a comida de amanhã. Famílias que hoje vagam por ai, já tiveram seus cantos, suas moradas, mas foram depostas por empresas, fazendeiros. E por qual motivo? Simplesmente para concentrar terras que não são usadas. Será que, como seres humanos, pedir um cantinho nessa terra tão vasta é pedir muito? Não estou aqui para explicar, mas abrir as portas de outra vida. Aos curiosos que desconhecem esse grupo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_dos_Trabalhadores_Rurais_Sem_Terra http://www.mst.org.br/mst/index.html